Após uma crescente onda de assaltos a shoppings neste ano na capital paulista, a Polícia Civil quer reforçar a segurança desses centros de compras nas semanas que antecederão as compras de Natal. Um acordo entre a associação que representa os lojistas e o Departamento de Investigações Sobre Crime Organizado (Deic) prevê que carros caracterizados da polícia fiquem estacionados em frente às entradas dos principais shoppings nos dias de maior movimento de consumidores.
O plano foi firmado no final de setembro durante um fórum sobre segurança em shoppings. Segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) e a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o encontro ocorreu no último dia 29. Dentre os presentes, estavam o presidente da entidade que defende os shoppings, Nabil Sahyon, e o delegado José Antonio do Nascimento, da Divisão de Crimes contra o Patrimônio do Deic.
De acordo com a Alshop e a polícia, o objetivo é melhorar a segurança no entorno dos shoppings. Para isso, deverão ser disponibilizados carros com os logos além de policiais fortemente armados para intimidar mesmo, e até amedrontar, o assaltante para que ele pense muito antes de entrar armado no estabelecimento comercial com a intenção de cometer algum crime.
Segundo o presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, a medida também visa brecar a série de 13 assaltos a shoppings desde janeiro. O último roubo ocorreu no domingo (17) no Shopping Center Norte, Zona Norte de São Paulo. Na ocasião, uma loja teve as vitrines quebradas e bijuterias levadas por três criminosos armados. Houve tiroteio dentro do local e pânico entre os clientes, que resultou num segurança baleado e ferido.
Os assaltantes fugiram e ainda levaram o carro de um cliente que passava pela rua. Esses ataques aos shoppings também mostram uma nova tendência de roubo: o de joalherias. De acordo com o presidente da Alshop, o “bandido” que roubava bancos passou agora a assaltar lojas de joias de shoppings, principalmente os de alto padrão e de luxo.
“As lojas de marcas caras estão nos shoppings. Elas chamam a atenção da bandidagem porque estão concentradas em shoppings onde a segurança não é armada. Isso facilita a entrada do assaltante, que saberá que não haverá reação. É diferente de um banco, onde tem segurança armada e pode haver troca de tiros. Não defendo o armamento dentro do shopping. A pior coisa dentro de um empreendimento é tiroteio. A principal preocupação é com a segurança do cliente. Por isso é preferível se pecar na questão de armamento”, afirmou Sahyoun ao G1. Apesar disso, funcionários de lojas informaram que policiais armados também estão fazendo bicos de segurança dentro dos shoppings. Eles ficam à paisana.
Para policiais civis do Deic ouvidos pela reportagem, outros fatores também contribuem para o ingresso do criminoso no shopping. São eles: fácil rota de fuga pelo fato de que o assaltante, após praticar o roubo, pode se misturar com os frequentadores do local; vias de escape formadas por grandes avenidas ou marginais, como no caso dos shoppings Morumbi e Cidade Jardim, próximos a Marginal Pinheiros.
Segundo Sahyon, adotar medidas mais duras como colocar detectores de metal nas entradas dos shoppings ou revistar algum suspeito dentro do estabelecimento são inviáveis. “Detector de metal é para banco. Em shopping, devido ao grande número de pessoas, iria ser constrangedor e demorado. Revistar? Isso é para polícia. Nossos seguranças não têm poder de polícia.”
Fonte: G1.
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