O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aconselhou neste domingo (8) as Farc ( Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a libertar "todos os reféns", como parte de um "novo processo de paz" vivido na Colômbia, com a chegada ao poder de Juan Manuel Santos.
-A guerrilha deveria manifestar-se pela paz, mas de forma contundente. Por exemplo, com a libertação de todos os sequestrados. Por que mantê-los assim?Creio que estamos num novo momento de busca da paz.. Assim como o governo da Colômbia propõe o caminho da paz, a guerrilha também deve fazê-lo.
A guerrilha colombiana das Farc completou 46 anos em maio e está em seu pior momento militar, obrigada a recorrer a uma estratégia de pequenos golpes, emboscadas e atentados para manter viva o que chama de "a guerra negada pelo governo para não reconhecer o caráter político da insurgência".
Enfraquecida após a morte, em 2008, de três dos sete membros de seu comando central - o chamado Secretariado, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que surgiram em 1964 de um movimento de resistência na região de Marquetalia para reivindicar o direito dos camponeses à terra, estão longe de desaparecer.Com um contingente estimado entre 6.000 e 7.000 homens, contra os 20.000 de oito anos atrás, as Farc mantêm presença em zonas de plantação de coca, da qual obtêm entre 400 e 600 milhões de dólares por ano, segundo o ministério colombiano da Defesa do governo anterior.
Em seu discurso de posse o novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, ofereceu diálogo à guerrilha de seu país caso abandone a violência e interrompam os sequestros. Santos tomou posse neste sábado , em Bogotá.
-Aos grupos armados ilegais que invocam razões políticas e hoje falam mais uma vez em diálogo, digo que meu governo estará aberto a qualquer conversa que busque a erradicação da violência e a construção de uma sociedade mais próspera, equitativa e justa.
O presidente afirmou que o eventual diálogo deve ocorrer "sobre as premissas inalteráveis da renúncia às armas, ao sequestro, à extorsão, ao narcotráfico e à intimidação".
Há uma semana, em um vídeo, Alfonso Cano, o chefe máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), pediu a Santos dar início a negociações de paz.
-Mas, enquanto não libertarem os sequestrados, enquanto continuarem cometendo atos terroristas, enquanto não devolverem as crianças recrutadas à força, enquanto continuarem minando e contaminando os campos colombianos, vamos prosseguir enfrentando todos os criminosos, sem exceção, com tudo o que estiver em nosso alcance.
Ele advertiu que o eventual diálogo não pode gerar "falsas esperanças" e muito menos "mais enganos" ou conduzir o país a "novas frustrações". Apesar de Santos ter afirmado que em seu governo "a porta do diálogo não ficará fechada a chave", ordenou às Forças Armadas que "continuem transmitindo resultados" na luta contra os grupos armados ilegais.
Fonte: AFP.
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