terça-feira, 16 de março de 2010

Homem diz ter recebido oferta de R$ 20 mil para confessar assassinato da alemã.

A notícia de uma provável reviravolta no caso do assassinato da alemã Jennifer Kloker não durou mais do que algumas horas. O homem de 26 anos que, na tarde desta segunda-feira (15), se apresentou como um dos participantes do assassinato e sustentou essa versão, depois assumiu ter recebido uma oferta de R$ 20 mil da sogra da vítima, Delma Freire, para confessar o crime. Ele teria procurado o advogado de defesa da famíla Tonelli, Célio Avelino, de quem teria recebido orientações de como proceder perante o interrogatório da polícia.

Antes do depoimento, o advogado chegou a marcar uma entrevista do rapaz com a TV Globo, onde o jovem contou todos os detalhes do crime de que teria participado. No escritório do advogado Célio Avelino, ele e Delma Freitas teriam passado as orientações de como proceder na entrevista e no depoimento que daria depois ao delegado. "Hoje mesmo eu sairia do DHPP, receberia R$ 20 mil e ela ia me colocar num apartamento em Olinda. Ela ia me pagar hoje, em dinheiro vivo", disse o presidiário do regime aberto.

A entrevista foi gravada na tarde desta segunda, no escritório do advogado, mas não foi veiculada pela emissora. Após a gravação, o jovem deveria ir ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde se entregaria, mas resolveu se dirigir à sede do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, onde revelou a farsa. Após o relato, o jovem concedeu entrevista coletiva à imprensa.

» Confira principais trechos da coletiva.

"Ele disse que eu passasse confiança de que eu era o verdadeiro assassino, tanto pro delegado quanto pro pessoal que estava fazendo a entrevista. Ele me orientou para que eu não entrasse em contradição; que quando uma pergunta não fosse cabível, eu ficasse calado", contou o jovem a respeito das orientações supostamente repassadas por Avelino.

Célio Avelino negou as acusações e disse não saber se Delma teria pago o valor. "Eu não sei se a Delma pagou. Ele foi ao meu escritório dizendo que estava com a consciência pesada e que queria confessar o crime. Eu disse que ele deveria se dirigir à polícia e contar a história ao delegado, mas ele só queria falar com a Globo", disse o advogado, por telefone.

Avelino disse, ainda, que não autorizou ninguém do seu escritório a acompanhar o rapaz. "Ele chegou a pedir que um advogado fosse com ele ao DHPP, mas eu não autorizei. Vou procurar me informar sobre o que ele falou para poder tomar algum tipo de providência", finalizou.

INVESTIGAÇÕES - A Polícia Civil, no entanto, não fez declarações à imprensa para esclarecer o que deve acontecer com os acusados e com o advogado após essa tentativa de desviar o rumo das investigações.

Se a história fosse confirmada, sustentaria a versão apresentada pelos Tonelli no dia do crime, quando afirmaram que foram vítimas de um assalto após deixar o Terminal Integrado de Passageiro (TIP), no último dia 16 de fevereiro. Os criminosos teriam levado a alemã e depois disparado quatro tiros em seu tórax.

Pablo e Ferdinando Tonelli estão presos na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), desde que a polícia encontrou vários indícios de que as afirmações feitas pelo sogro, o marido de Jennifer, além de sua sogra, Delma Freire, eram fictícios. Entre as evidências estão: a trajetória do veículo, que segundo o GPS era diferente da apresentada pela família; resíduos de pólvora nas mãos de Pablo e Ferdinando, além de um suposto seguro de vida, que beneficiaria Ferdinando em caso de morte de Jennifer.



Fonte: JC Online.

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