sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Concurso da PM: UPE diz que está suspenso. Secretarias negam.

Doze dias depois de realizada a prova, o concurso da Polícia Militar de Pernambuco continua indefinido em meio a uma série de denúncias de fraudes que teriam ocorrido durante a seleção, realizada no último dia 22 e que reuniu mais de 103 mil candidatos.

A indefinição ocorre até mesmo entre os organizadores. Enquanto a Universidade de Pernambuco, organizadora da seleção, informa que o certame está suspenso, as secretarias de Administração e de Defesa Social informam o contrário: que não suspendeu o concurso público.

O desencontro de informações ocorreu esta sexta-feira, logo depois de o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendar às secretarias a suspensão do concurso por 90 dias. Segundo o promotor de Justiça Eduardo Cajueiro, que assinou a recomendação, o prazo "é necessário para que sejam concluídas as investigações iniciadas pela Policia Civil e pelo próprio Ministério a respeito das tentativas de fraude e outras possíveis irregularidades ocorridas no dia da prova".

De acordo com Cajueiro, as secretarias não são obrigadas a acatar a recomendação, mas que "é uma medida de precaução, já que as investigações estão em andamento”. A intenção é, segundo o MPPE, dentro desses 90 dias, aprofundar a análise de todas as informações relacionadas às possíveis irregularidades ocorridas durante a prova para, ao final da investigação, decidir se será ou não necessário anular a prova objetiva.

No final da tarde, a Comissão de Concursos da Universidade de Pernambuco (Conupe) informou, em nota à imprensa, sobre a suspensão do concurso. "O calendário de eventos divulgado no edital do certame está suspenso até a conclusão das investigações que estão sendo realizadas pela Polícia Civil de Pernambuco", diz a nota. E concluiu: "Após esse período, a Conupe divulgará um novo calendário caso se faça necessário".

Já por parte das secretarias, foram enviadas duas notas. Na última, negaram a suspensão do concurso da PM, "até porque tal medida ensejaria um ato oficial, e que o calendário do certame está mantido". Antes, porém, em outra nota - dúbia -, havia ressaltado que "independentemente da recomendação oriunda do MPPE, o Governo já havia tomado deliberações a respeito desse assunto como solicitar uma investigação rigorosa". E que só daria "prosseguimento ao certame após a conclusão da investigação que está sendo realizada pela Polícia Civil de Pernambuco".

Divulgada a suspensão pelos sites, as secretarias enviaram nova nota negando a suspensão e explicando que o prosseguimento do certame signica "que, se até a próxima etapa do concurso, prevista para o dia 18 de dezembro, o inquérito não tenha sido concluído, a comissão vai deliberar sobre a alteração do calendário. Mas alteração de datas não quer dizer suspensão do concurso".

A nova nota informou ainda que a Administração irá analisar a recomendação para depois tomar um posicionamento - segundo o MP, as secretarias têm cinco dias para informar se vão acatar os termos da recomendação.


Fonte: JC Online.

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