Os três principais times pernambucanos têm um ponto negativo em comum: as dívidas. O Sport, o Náutico e o Santa Cruz são citados em centenas de processos, a maioria deles, como réus. O valor da dívida dos três clubes chega a R$ 210 milhões, dinheiro que daria para comprar 7 mil carros populares.
As ações trabalhistas, que correspondem a maior parte das dívidas, são movidas especialmente por jogadores. De acordo com os clubes, os altos salários, a alta rotatividade e as más administrações do passado são os principais fatores que contribuíram para o crescimento das dívidas.
O total de débitos do Sport chega a R$ 120 milhões. Desse valor, R$ 20 milhões são referentes as dívidas trabalhistas. A situação no Náutico é menos grave. A dívida total é de R$ 30, sendo R$ 17 milhões trabalhista.
Já o passivo do Santa Cruz é de R$ 60 milhões, R$ 25 milhões são débitos trabalhistas. Esse valor não inclui os R$ 4 milhões que o clube terá que pagar ao meio-campo Neto, que atuou no time tricolor entre 2003 e 2006.
Os acordos trabalhistas do Sport obrigam o time a pagar R$ 500 mil por mês. O ex-goleiro Ney, o ex-meia Leomar e o treinador Emerson Leão recebem, cada um, mensalmente, R$ 50 mil do clube. A volta de Leão para treinar o Sport este ano foi condicionada ao pagamento da dívida que começou no início da década.
O Ginásio Marcelino Lopes ainda está penhorado para garantir o pagamento do débito. Essa penhora só vai deixar de existir em abril de 2012. Quando o Sport pagar a última parcela e quitar a dívida com o treinador. Pela evolução dos acordos, o clube planeja, em dois anos, zerar as dívidas trabalhistas.
“Fundamentalmente, só contratando aquilo que pode ser contratado. Se nós não fizermos dessa meneira vamos deixar uma herança malígna para a próxima gestão e isso vai comprometer definitivamente a administração do Sport Club do Recife”, explicou o vice-presidente jurídico do Sport, Eduardo Carvalho.
Um dos símbolos do Náutico também esteve ameaçado. A sede do clube foi à penhora como garantia do pagamento da dívida com um ex-funcionário: o técnico de Natação Nikita. O acordo foi feito e está sendo pago. Segundo o presidente do clube, Maurício Cardoso, 60 acordos foram pagos desde o ano passado. Mesmo assim, o clube ainda responde a 130 processos na Justiça do Trabalho.
De acordo com Maurício Cardoso, a atual meta do Náutico é evitar novas ações na Justiça. “A gente tem que ter critérios principalmente na admissão de atletas profissionais. São funcionários com altos salários e a gente tem que lutar aqui para fazer o acordo antes que ele procure a Justiça do Trabalho", disse.
Fonte:pe360graus
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