Campeão da Copa do Brasil 2008 e tetracampeão pernambucano, o Sport tinha uma receita básica para seu sucesso: uma defesa sólida que sofria poucos gols e um setor ofensivo que baseava suas ações nos contra-ataques. Na Libertadores deste ano, novamente essa fórmula provou sua eficácia e a equipe se classificou em primeiro lugar no grupo considerado o mais difícil da competição.
Contudo, no Brasileiro, a muralha rubro-negra se transformou em uma peneira e a equipe sensação do ano passou a figurar nas últimas posições da tabela de classificação.
Os números mostram isso de forma clara. No torneio nacional deste ano, o Sport já sofreu 40 gols em 22 jogos, uma média de 1,82 por partida. Em toda a edição do Brasileirão de 2008, a defesa do Leão foi vazada 45 vezes em 38 jogos, apenas cinco a mais que este ano.
Até à 22ª rodada do último Brasileiro, os adversários tinham marcado apenas 26 vezes contra o Rubro-Negro, 14 vezes menos do que esta temporada.
Se comparada a performance atual com a dos outros campeonatos fica ainda mais explícito a queda de rendimento do setor defensivo do Leão. Mesmo no “Grupo da morte” da Libertadores, o time sofreu apenas oito gols em oito jogos (média de um por jogo). No Campeonato Pernambucano de 2009, foram 12 gols sofridos em 22 partidas (média de 0,55) e na Copa do Brasil 2008m 11 gols em 12 duelos (média de 0,92).
Competição Número de gols sofridos/partidas Média
Brasileirão 2009 até a 22ª rodada 40/22 1,82
Libertadores 2009 8/8 1
Pernambucano 2009 12/22 0,55
Brasileirão 2008 45/38 1,18
Brasileirão 2008 até a 22ª rodada 26/22 1,18
Copa do Brasil 2008 11/12 0,92
Os três zagueiros (Durval, Igor e César) são os mesmos desde o ano passado. Na lateral esquerda, Dutra continua sendo o titular. Na direita, Moacir começou o Brasileiro, mas cedeu seu lugar a Elder Granja. Qual seria a explicação para toda essa queda de rendimento então? Segundo Igor, a resposta está nas posições um pouco mais à frente.
"Depois da saída do Nelsinho Batista, o Leão (técnico que substituiu Nelsinho) tentou mudar o esquema para o 4-4-2 (antes a equipe jogava no 3-5-2), mas não conseguimos nos entrosar tão rápido. Na época, também perdemos alguns jogadores e ficamos muito expostos pela falta de entrosamento. O Péricles é muito estudioso e já fez a gente perceber que nós estávamos dando os gols para os adversários. Erros de passe por precipitação, idas ao ataque de forma afobada...Precisamos ter calma ao jogar para não darmos a vitória aos nossos adversários", afirma o zagueiro, em entrevista por telefone ao Globoesporte.com.
No Brasileirão deste ano, o Sport só não sofreu gols em duas das 22 partidas que disputou. Curiosamente, essas foram as duas últimas vitórias da equipe no torneio, contra o Vitória e o Goiás.
Para Igor, a volta da força defensiva da equipe e o apoio do torcedor farão com que o time consiga o que parece quase impossível: permanecer na Série A do Nacional. Após sofrer três gol do Avaí e ser derrotado em casa, a torcida ironizou os jogadores e pediu a saída do técnico Emerson Leão.
"Como zagueiro, estou muito chateado por isso estar acontecendo, mas tenho a certeza que vamos melhorar. Aos poucos, vamos saindo dessa e melhorando. Pedimos apoio ao torcedor e ele correspondeu nos últimos jogos. Nós em campo nos doamos ao máximo para provar a eles que podem acreditar na gente. O time tem que mostrar que tem condições de sair dessa. A situação está feia, mas os confrontos diretos nós vamos fazer dentro de casa e é nossa chance de tirar a desvantagem de pontos."
O primeiro desses confrontos será neste sábado, às 18h30, contra o Botafogo. A equipe carioca está uma posição acima do Sport, mas com seis pontos a mais. Por isso, o jogo é de vital importância para a sobrevivência das duas equipes na elite do futebol brasileiro.
Fonte:G1
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