Embora seu irmão mais novo, Raúl Castro —que tem 78 anos—, o tenha substituído como presidente no ano passado, Fidel continua a ser uma voz internacional poderosa para Cuba, por meio de colunas regulares que escreve para jornais estatais.
Seu papel no governo de Cuba é menos claro, mas é de conhecimento geral que Raúl dirige os assuntos do dia-a-dia consultando Fidel.
"É ainda, acredito, uma parceria, mas Raúl é agora o parceiro mais importante," disse Brian Latell do Instituto para Assuntos Cubanos e Cubano-Americanos da Universidade de Miami. "Fidel não tem mais condições de envolver-se nos assuntos do dia-a-dia."
Fidel liderou a revolução que derrubou o ditador Fulgencio Batista em 1o de janeiro de 1959 e comandou o país por 49 anos, até ser submetido a uma cirurgia de emergência para um problema intestinal não revelado, em julho de 2006.
Ele cedeu o poder provisoriamente a Raúl Castro e deixou de ser visto. Em fevereiro de 2008, Fidel renunciou oficialmente, por razões de saúde, permitindo que seu irmão o substituísse na presidência do país.
Desde a cirurgia Fidel só tem sido visto em vídeos e fotografias com líderes que visitam Cuba, mas assumiu uma espécie de papel de "consciência do comunismo" em aproximadamente 250 colunas que escreveu de sua semirreclusão em um local não revelado.
Nas últimas semanas, Fidel escreveu principalmente sobre o golpe que derrubou o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, e o plano dos Estados Unidos de usar bases militares na Colômbia. Cuba quer o retorno de Zelaya ao poder.
Fidel também minimizou as medidas adotadas este ano pelo presidente dos EUA, Barack Obama, para melhorar os laços com Cuba e deixou muito claro que Washington não deve esperar concessões de Havana. "O adversário não deveria nunca ter a ilusão de que Cuba vai se render," escreveu ele em abril.
Obama disse que manterá o embargo comercial para pressionar os líderes cubanos a respeitar os direitos humanos e conceder mais liberdades políticas.
Os escritos de Fidel e os comentários do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, demonstram que esses dois aliados socialistas ainda parecem atuar em comum acordo, orquestrando uma estratégia para conter a influência dos EUA e promover governos esquerdistas na região.
Mas, internamente, Raúl e os outros líderes cubanos estão enfrentando a pior crise econômica do país desde os anos 1990 e se preocupam com o fato de os revolucionários que transformaram o país em um Estado comunista, cinco décadas atrás, estarem ficando velhos.
Raul fez ajustes na economia estatal para tentar elevar a produtividade, mas também deixou claro que a meta dos líderes mais velhos é assegurar que o comunismo sobreviva a eles.
Fonte: Reuters.
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