O Conselho de Segurança da ONU anunciou nesta quinta-feira sanções contra cinco organizações da Coreia do Norte e cinco cidadãos norte-coreanos por envolvimento nas atividades nucleares de mísseis balísticos do país, após violações recentes de resoluções do CS contra o país, como um teste nuclear realizado em maio e o lançamento de um míssil balístico de longo alcance.
A transferência para a Coreia do Norte de dois produtos relacionados com armas também será proibida pela medida, anunciada pelo embaixador da Turquia na ONU, Fazli Corman, presidente do comitê do Conselho de Segurança encarregado das sanções à Coreia do Norte.
"Estas sanções têm como alvo específico as entidades e pessoas vinculadas aos programas nuclear e balístico da Coreia do Norte", disse na saída de uma reunião o presidente da comissão e embaixador da Turquia na ONU, Baku Ilkin. O diplomata ressaltou que esta é a primeira vez que altas personalidades do regime comunista foram incluídas na lista da comissão de sanções do CS.
Duas das companhias punidas são a Namchongang Trading Corporation, acusada de comprar material relacionado ao programa nuclear, e a Hong Kong Electronics, uma subsidiária de um banco norte-coreano supostamente vinculada à transferência de dinheiro do Irã à Coreia do Norte para a aparente compra de material militar.
Também foram incluídas na lista a Korea Hyoksin Trading Corporation, subsidiária de uma companhia previamente sancionada pela ONU; o Escritório Geral de Energia Atômica da Coreia do Norte (GBAE), responsável pelas pesquisas no campo nuclear, e a empresa Korean Tangung Trading Corporation, que compra material e tecnologia para o desenvolvimento de armamento.
Já as cinco pessoas punidas pela ONU são o diretor da Namchongang Yun Ho-Jin; o diretor da GBAE Ri Je-San; Hwang Sok-Hwa, outro alto funcionário da GBAE; o ex-diretor do centro de pesquisa nuclear de Yongbyon Ri Hong-Sop, e o diretor da empresa Korean Ryongaksan, Han Yu-Ro.
A lista de punidos fica completa com dois produtos norte-coreanos, cuja comercialização deve ser suspensa: um tipo de grafite usado em mecanismos eletrônicos e uma fibra de aramida especial.
A medida, de cumprimento obrigatório por todos os 192 Estados membros da ONU, impõe o congelamento dos bens de todas as organizações e pessoas listadas e proibição de viagens para os cinco norte-coreanos citados. Trata-se de uma ampliação de um banimento anterior, no qual estavam incluídas apenas duas empresas e um banco envolvidos nos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte.
A venda de armas é responsável por uma receita de cerca de US$ 1,5 bilhão por ano para a Coreia do Norte, uma fonte essencial de moeda estrangeira para o país, que tem um PIB anual de cerca de US$ 17 bilhões e uma economia falida, que produz poucos produtos de exportação.
Desde a década de 80, a Coreia do Norte vende sistemas de mísseis ao Irã, Paquistão, Egito, Líbia, Síria e Iêmen, segundo relatório divulgado em junho deste ano pelo International Crisis Group (ICG). A lista de produtos inclui os mísseis Scud e os balísticos Rodong, de médio alcance.
O dinheiro estrangeiro conseguido no mercado de armas é usado em sua maioria para comprar mercadorias estrangeiras para a elite dominante. Os fundos enriquecem ainda o ditador Kim Jong-il e sua família e são usados ainda para comprar materiais para suas armas e programas nucleares.
Analistas dizem que as novas medidas da ONU vão dificultar ainda mais o comércio norte-coreano de armas, mas provavelmente não vão dissuadir seus clientes, entre os quais o Irã, que mostraram pouco interesse em se unir aos planos internacionais de punir a Coreia do Norte.
O Conselho de Segurança já havia ampliado as sanções contra o país em uma resolução de 12 de junho em resposta ao teste nuclear realizado em 25 de maio na Coreia do Norte. O texto pedia ao comitê, no qual estão representados todos os 15 membros do Conselho, incluindo a China, a nação com mais contatos com o governo norte-coreano, para acrescentar mais nomes à lista de sanções.
Fonte: Reuters e EFE.
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