O governo Barack Obama anunciou ter eliminado a Bolívia de um programa pró-exportações aos EUA porque considera que o país de Evo Morales, o terceiro maior produtor de cocaína do mundo, falhou no combate às drogas.
A gestão Obama endossou, assim, decisão do governo Bush no tema, e enfureceu Morales. "O presidente Obama mentiu para a América Latina", disse o boliviano nesta quarta-feira sobre a promessa do americano de relançar as relações com a região.
Trata-se de um revés na reaproximação bilateral ensaiada neste ano. Em 2008, a Bolívia expulsou o embaixador dos EUA no país, Philip Goldberg, e os funcionários da DEA, a agência antidrogas americana --todos acusados de conspiração.
Em represália, o governo Bush anunciou a eliminação da Bolívia do ATPDEA, que condiciona as vantagens tarifárias à luta antidrogas --e também inclui Colômbia, Peru e Equador, que mantiveram o benefício.
O Congresso americano estendeu o programa para a Bolívia até o mês passado-- extensão renovável por mais seis meses, se Washington quisesse.
O documento explica que a Bolívia foi excluída porque o "alto escalão do governo" "encoraja" a produção de coca e que a expulsão da DEA atrapalhou o combate às drogas.
A lei boliviana permite o cultivo legal de coca --de uso tradicional. Morales, ainda presidente de honra do sindicato cocaleiro, estendeu em 2008 a área destinada a esse cultivo. Os EUA, assim como a ONU (Organização das Nações Unidas), se opõem ao plantio legal de coca.
Segundo a ONU, o resultado do combate às drogas na Bolívia é semelhante ao do Peru. Entre 2007 e 2008, a área de plantio de coca aumentou 6% no primeiro e 5% no segundo.
Fonte: Folha de São Paulo.
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