quinta-feira, 18 de junho de 2009

Família de Elizeu procura GOE para pedir investigação do desaparecimento do jogador

O Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil recebeu, nesta quinta-feira (18), Evandro Batista e Josefa Araújo, os pais do jogador Elizeu (foto), meio-campo que entrou com uma ação trabalhista contra o Sport Clube do Recife. Para o casal, o filho está desaparecido – há quase 15 dias ele viajou para São Paulo, para encontrar o empresário José Luís Galante, e abandonou a delegação rubro-negra na véspera do jogo contra o Flamengo, onde estrearia como titular.

“Eu sou mãe e preciso saber onde está o meu filho e eu lutarei até o fim até encontrá-lo”, disse a mãe. Ela explicou que, esses dias todos, só tem falado com Elizeu por telefone, e em ligações curtas. “Ele não pode falar muita coisa, só faz dizer que está bem. Quando eu quero adiantar mais alguma coisa, ele diz que depois liga”, conta.

Elizeu começou na escolinha do Sport, aos 14 anos. No time de juniores, passou um ano e três meses, quando começou a treinar entre os profissionais. No dia 5 de junho, foi para João Pessoa (PB), de onde pegou o avião para São Paulo com mais dois outros jogadores que colocaram a carreira aos cuidados de Galante – Miller e André, também da base do Sport.

Diante dessa situação, os pais prestaram a primeira queixa, na Delegacia do Cordeiro. “Prestei uma queixa, uma ocorrência dizendo que ele desapareceu, porque a gente não sabia mesmo onde ele estava”, relembra a mãe. “Quero ele como meu filho. Depois que ele vier a Recife acertar tudinho, ele vai pra onde quiser. O problema é que não sei onde ele está”, diz o pai, que completa: “É difícil você ter um filho, olhar pro quarto e não achar, é muito difícil pra mim como pai”.

Sobre a ação trabalhista, a direção do Sport explica que houve um atraso de dez meses no recolhimento do Fundo de Garantia, mas o problema foi corrigido assim que o clube foi acionado na Justiça.

“É muito estranho você dar entrada numa ação trabalhista e no outro dia desaparecer do Sport, desaparecer da cidade. Tudo faz crer que, apesar de ele ser maior, que ele realmente foi aliciado pelos procuradores”, diz Guilherme Beltrão, vice-presidente de futebol do Sport.

Na ação judicial, Elizeu também pedia o fim do seu contrato com o Sport, que vai até abril do ano que vem. A juíza Maria Dutra Cahú negou a antecipação de tutela e, assim, o jogador continua pertencendo ao elenco leonino.

Segundo Beltrão, o contato entre Elizeu e a família tem sido mediado por Thales, ex-goleiro do Santa Cruz que agora trabalha com José Luís Galante. “Thales está tomando conta deles hipoteticamente e não deixa a família falar com Elizeu. Que essas pessoas se apresentem”, conclama o dirigente.

“Thales diz que esse é o querer do meu filho. Mas eu sei que não é, porque eu conheço meu filho muito bem e tem alguma coisa prendendo ele. Esse procedimento é de quem é fugitivo, de quem matou, quem roubou, e meu filho não fez isso. Pelo contrário, ele estava no auge da carreira”, defende a mãe de Elizeu.

José Luís Galante conversou com a reportagem da Globo Nordeste por telefone. “O pai e a mãe estão fazendo tempestade em copo d'água, meu bem. E daqui a seis meses, quando o jogador estiver bem num clube, ganhando um salário que ele nunca pensou na vida... Aí, a mãe e o pai com certeza vão fazer as pazes com ele”, disse.

Para a polícia, é preciso cautela. “As primeiras investigações devem ser feitas por onde houve o registro, ou seja, a delegacia do Cordeiro. Se houver a notícia de que há sim um crime de extorsão mediante sequestro, nós vamos investigar esse suposto do desaparecimento”, diz o delegado Cláudio Castro, do GOE.

Fonte:Pe360graus

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