Não são poucas as pessoas que sentem um calafrio percorrer a espinha quando se aproxima o fim da noite de domingo. Imediatamente, elas lembram que terão mais um dia de trabalho pela frente e já começam a sofrer, por antecedência, os efeitos disso. Nessa expectativa, muitos sequer conseguem dormir direito. Especialistas alertam que taquicardia, sudorese e irritação podem ser os primeiros sintomas da Síndrome de Burnout ou Síndrome do Desgaste Profissional.
Na gíria inglesa, burnout identifica os usuários de drogas que se deixaram consumir pelo vício. Ao pé da letra, a expressão significa combustão completa e descreve o estado de profundo desgaste profissional a que são acometidos trabalhadores muito dedicados, exigentes e com mania de perfeição. A lista de profissionais propensos a desenvolver o Burnout é extensa e inclui médicos, professores, jornalistas, controladores de tráfego aéreo e agentes penitenciários.
Normalmente, o burnout ataca tanto jovens que acabaram de ingressar no mercado quanto profissionais mais experientes que atuam em uma mesma empresa há muitos anos. Os primeiros são dotados de grande idealismo, mas suas aspirações muitas vezes não coincidem com a realidade da empresa. Já os segundos sofrem por se sentirem saturados profissionalmente. Por mais que tentem, não conseguem mais dar tanto quanto gostariam.
Os sintomas do Burnout são os mais variados possíveis e vão desde manifestações emocionais, como baixa autoestima, perda de motivação e sentimento de fracasso, até alterações comportamentais, como queda no rendimento, comportamento paranóico ou agressivo e aumento no consumo de álcool, café e remédios. Uma pesquisa do International Stress Management Association (ISMA), feita em 2002 entre profissionais de nove países, mostra o Brasil no segundo lugar do ranking dos trabalhadores estressados - perde apenas para o Japão. Cerca de 70% da população economicamente ativa sofre de estresse ocupacional. Desses, 30% são vítimas do Burnout. Não por acaso, o Código Internacional de Doenças (CID) classifica a síndrome como acidente de trabalho. Na maioria das vezes, o portador de Burnout tem três caminhos a seguir: ou desiste do emprego e muda de profissão; ou não supera o problema e cai doente; ou, finalmente, enfrenta a situação de forma realista e ressurge das cinzas. Muitos têm dificuldade em delegar funções e acumulam tarefas que fatalmente deixarão de cumprir. É preciso que essas pessoas saibam que o cemitério está cheio de profissionais insubstituíveis.
Da Redação. DIRETODOPONTO.COM
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