segunda-feira, 7 de março de 2011

Rei do frevo, recifense também tem samba no pé.

"É difícil fazer samba na terra do frevo. Mas não vamos deixar o samba morrer de jeito nenhum." A declaração é de Rivaldo Lacerda, presidente da Gigante do Samba, escola tricampeã do Carnaval do Recife que promete, ao entrar na Av. Dantas Barreto, na noite da segunda-feira de Carnaval, não deixar nada a dever às escolas de São Paulo. "Comparar com a produção do Rio de Janeiro não dá, mas com as de São Paulo podemos. Será um dos carnavais mais bonitos que a Gigante já viu", avisa.
A agremiação disputa com a Galeria do Ritmo, Deixa Falar, Preto Velho e Samarina o título de campeã do grupo especial. A rivalidade entre elas, Rivaldo garante, fica fora da passarela. "Estamos brigando pelas nossas cores, no bom sentido. Ainda ontem o presidente da Galeria do Ritmo (a principal adversária da escola) me telefonou e conversamos sobre samba", contou. "Essa palavra rivalidade não existe", confirmou Valdir Ferreira, da Galeria.
Com fair play garantido, eles só querem saber de fazer o seu melhor na avenida. A Galeria do Ritmo escolheu este ano contar a história dos negros na senzala, com o tema "Joaquim Nabuco, o príncipe da liberdade". Serão 13 alas, entre elas abolição da escravatura, afoxés e maracatus. O destaque da na azul e branco é para a bateria, que entra com 150 pessoas, além das 60 baianas e cem capoeiristas. A escola do Morro da Conceição é a única sete vezes seguida campeã do Carnaval pernambucano.
Já a Gigante desfila este ano com o enredo "Gigante é transformar e a vida melhorar", abordando a evolução do homem, tecnologia, meio ambiente e reciclagem. Entram 20 alas, cinco carros alegóricos, duas mil pessoas da comunidade do Alto do Pascoal.
A preparação para o desfile da verde e branca começou em julho do ano passado e exige do presidente Rivaldo, 52 anos, dedicação exclusiva. Policial civil aposentado, ele dá expediente diário para a escola, das 7h às 22h. Se reveza entre viagens ao Rio de Janeiro para compra de material, ida aos dois barracões, conversa com possíveis patrocinadores (o orçamento chega a R$ 150 mil)... "Chego a perder 6 quilos. Esqueço até família por causa de meu compromisso com a escola. Perco o sono pensando. É muito desgastante. Já pedi pra sair várias vezes, mas o povo vai lá em casa e não deixa. É feito futebol. Uma paixão", disse, emocionado o homem que se orgulha ao dizer que é o único presidente a ser três vezes campeão da Gigante.



Fonte: JC Online.

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