Elas estão em todo lugar, principalmente nos bairros mais afastados do centro, onde a fiscalização é pouca ou inexistente. Por causa do baixo custo e - até então - desnecessidade de regulamentação, as motos de 50 cilindradas ou cinquentinhas, como são popularmente conhecidas, fazem sucesso entre as classes C, D e E.
O preço de uma cinquentinha varia entre R$ 2.800 e R$ 3.400, quantia que ainda pode ser parcelada em inúmeras prestações. Com a obrigatoriedade de emplacamento e regularização do veículo, os condutores de motocicletas do tipo cinquentinha vão ter que dispender, até 31 de janeiro, de cerca de R$ 380,23 - valor equivalente à soma das taxas para o serviço no Detran e do seguro obrigatório.
"É muito dinheiro pra uma motozinha dessa aí", reclamou o vigilante Amaro Romão de Araújo, 53, que há duas semanas comprou sua 50 cc. "Desse jeito, vou ter que vender pois as taxas saem quase o valor da moto", continuou. Amaro disse que sempre usa os equipamentos de segurança e concorda que haja uma fiscalização e até mesmo regulamentação do veículo, mas considera os valores abusivos. "Acho bom até mesmo pro proprietário, que ao ser roubado pode até conseguir recuperar a moto com o número da placa, mas esse valor é que devia ser menor, assim ficamos em desvantagem", disse o vigilante.
Já o professor e dono de uma pequena frota de táxis na Iputinga, Flávio Calado, 45, é mais radical. Para ele, deveria haver apenas um registro de quem fará uso da motocicleta e uma autorização para tal. "Não tem como evitar, em muitas cidades do País as cinquentinhas são os veículos mais usados por adolescentes e até mesmo crianças, que vão para a escola dessa forma. Eu mesmo dei uma pro meu filho, de 9 anos, de tanto que ele me pediu", contou o professor. Ele garante que o garoto só utiliza a moto no bairro, mas mesmo assim considera desnecessário o emplacamento. "O ideal seria que os pais pudessem se responsabilizar pelos filhos de menor que utilizassem e tivessem um documento que pudesse ser conferido em casos de abordagem de blitzes", afirmou.
O presidente do Detran-PE, Manoel Marinho, em coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira (22), reforçou a importância da regularização das motocicletas e condutores. "Nosso objetivo não é arrecadar dinheiro para o órgão com multas ou taxas, e sim trabalhar para reduzir o número de acidentes com esse tipo de veículo e conscientizar a população da importância de andar de acordo com a legislação", disse o presidente.
LEI - A liminar que autorizava os condutores desses veículos a trafegar sem emplacamento, que existia desde maio de 2009, foi suspensa nessa quinta-feira (16) pelo juiz Wagner Procópio, da 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, o mesmo que havia instaurado a liminar.
Após 31 de janeiro, quem for pego pilotando uma dessas motos sem o devido licenciamento será punido com multa e retenção do veículo. Até lá, os órgãos de fiscalização do trânsito já estão de olho em quem anda sem habilitação e os devidos equipamentos de proteção.
Fonte: JC Online.
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