Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que Pernambuco vai na contramão do Brasil no combate aos homicídios praticados com armas de fogo. Enquanto no País, o percentual de vítimas de disparos, dentro do total de assassinatos, cresceu 13,8% entre 1999 e 2008, em Pernambuco esse índice caiu 8,3%, no mesmo período. O estudo afasta a crença de que o Estatuto do Desarmamento, que proibiu a venda de armas de fogo em todo o País a partir de 2003, teria diminuído a proporção de execuções a tiros.
“Esses dados são alarmantes. O crescimento do tráfico ilegal e o fácil acesso às armas indicam a importância de qualificar e avançar nos debates sobre violência e segurança pública, principalmente nos municípios. O Brasil permanece no grupo de países com as maiores taxas de homicídio do mundo e o uso de armas de fogo continua indiscriminado”, avaliou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Zilkoski, em nota divulgada por sua assessoria.
Para o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Manoel Carneiro, os números de Pernambuco diferem dos nacionais pelo investimento em desarmamento no Estado. Uma das estratégias utilizadas em Pernambuco é o pagamento de bônus a policiais que apreendam armas de fogo.
“Somente a Polícia Civil, apreendeu 1.364 armas de fogo no ano passado. Esse esforço, somado às 12 operações permanentes realizadas em parceria com a Polícia Militar e a existência de 37 equipes voltadas especificamente ao combate de homicídios têm dado resultado”, avaliou Manoel Carneiro.
Apesar de permanecer entre as capitais mais violentas do País, o Recife vem anotando redução no percentual de homicídios cometidos com armas. Em 2008, chegou ao menor patamar da década com 88% das vítimas mortas a tiros.
No último dia 15, o pedreiro José Risoaldo Ferreira de Barros, 45 anos, morador do Conjunto Habitacional Zeferino Agra, em Água Fria, Zona Norte do Recife, entrou para essa estatística.
O pedreiro foi agredido a pauladas por um vizinho e morreu no Hospital da Restauração, quatro dias depois.
“Ele estava trabalhando na obra daqui do conjunto mesmo. Passou o dia carregando entulho para o fundo do terreno. O que me contaram é que houve uma briga e José apanhou muito. Trouxeram ele todo ensanguentado para o apartamento e depois levamos para o hospital. Depois de quatro dias internado, não resistiu”, recordou a dona de casa Lourdes Oliveira, mãe adotiva do pedreiro.
Fonte: JC Online.
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