sexta-feira, 23 de julho de 2010

Menos mortes por arma de fogo.

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mostra que Pernambuco vai na contramão do Brasil no combate aos homicídios praticados com armas de fogo. Enquanto no País, o percentual de vítimas de disparos, dentro do total de assassinatos, cresceu 13,8% entre 1999 e 2008, em Pernambuco esse índice caiu 8,3%, no mesmo período. O estudo afasta a crença de que o Estatuto do Desarmamento, que proibiu a venda de armas de fogo em todo o País a partir de 2003, teria diminuído a proporção de execuções a tiros.

“Esses dados são alarmantes. O crescimento do tráfico ilegal e o fácil acesso às armas indicam a importância de qualificar e avançar nos debates sobre violência e segurança pública, principalmente nos municípios. O Brasil permanece no grupo de países com as maiores taxas de homicídio do mundo e o uso de armas de fogo continua indiscriminado”, avaliou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Zilkoski, em nota divulgada por sua assessoria.

Para o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Manoel Carneiro, os números de Pernambuco diferem dos nacionais pelo investimento em desarmamento no Estado. Uma das estratégias utilizadas em Pernambuco é o pagamento de bônus a policiais que apreendam armas de fogo.

“Somente a Polícia Civil, apreendeu 1.364 armas de fogo no ano passado. Esse esforço, somado às 12 operações permanentes realizadas em parceria com a Polícia Militar e a existência de 37 equipes voltadas especificamente ao combate de homicídios têm dado resultado”, avaliou Manoel Carneiro.

Apesar de permanecer entre as capitais mais violentas do País, o Recife vem anotando redução no percentual de homicídios cometidos com armas. Em 2008, chegou ao menor patamar da década com 88% das vítimas mortas a tiros.

No último dia 15, o pedreiro José Risoaldo Ferreira de Barros, 45 anos, morador do Conjunto Habitacional Zeferino Agra, em Água Fria, Zona Norte do Recife, entrou para essa estatística.

O pedreiro foi agredido a pauladas por um vizinho e morreu no Hospital da Restauração, quatro dias depois.

“Ele estava trabalhando na obra daqui do conjunto mesmo. Passou o dia carregando entulho para o fundo do terreno. O que me contaram é que houve uma briga e José apanhou muito. Trouxeram ele todo ensanguentado para o apartamento e depois levamos para o hospital. Depois de quatro dias internado, não resistiu”, recordou a dona de casa Lourdes Oliveira, mãe adotiva do pedreiro.


Fonte: JC Online.

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