O senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, assumiu a candidatura ao governo do Estado, nas eleições deste ano, já com uma saraivada de críticas ao eterno desafeto Eduardo Campos, que deve concorrer à reeleição.
O ex-governador disse que não terá medo de comparações com o atual governo e fez ataques diretos ao governo atual e indiretos ao ex-governador Miguel Arraes.
“Não tenho problema em comparar governos. Tenho imenso orgulho das duas gestões que tive à frente do Governo de Pernambuco. Nossa gestão serviu como modelo para diversas administrações em todo o País. Fizemos uma administração responsável, comprometida com o futuro. Tenho orgulho do meu Governo. Nós fizemos mais e melhor do que o atual Governo”.
“Eu acredito que José Serra será o próximo presidente do Brasil e não desejo que Pernambuco fique de fora dessa nova fase da história do País. Pernambuco avançou muito na última década, mas o nosso Estado, como diz o Serra, pode fazer muito mais. Pode e não vem fazendo. Essa sintonia é fundamental para que Pernambuco não se perca, como aconteceu na década de 1990”, discursou.
Numa das críticas mais ácidas, o ex-governador comparou o governo Eduardo com um beija-flor.
“Pernambuco vive um bom momento, mas o atual Governo carece de foco, atira pra tudo quanto é lado. É como beija-flor: pousa aqui, pousa ali. Mas eu não vou passar essa minha entrevista apresentando as falhas do Governo, criticando o governador. Precisaria de mais tempo do que disponho nessa entrevista”.
Quando falou de seu empenho pessoal para a disputa, o senador voltou a tecer críticas ao atual governo.
“Pernambuco está na fase da construção, muito ainda precisa ser feito, muito precisa ser mudado. Muita coisa mudou para pior. No que tem de bom, colhem o que a gente plantou. O atual governo não tem o costume de reconhecer o trabalho alheio, daqueles que vieram antes. Pernambuco não foi descoberto em 2007”, numa referência direta ao concorrente.
Nas comparações, sem citar o episódio diretamente, Jarbas chegou a lembrar até dos precatórios. “Não vou fazer como o atual governador, que passou a campanha de 2006 dizendo que não queria falar do passado, evitando avaliar o Governo do qual ele foi figura-chave, entre 1995 e 1998”, afirmou.
Em pouco menos de uma hora de conversa com a imprensa, choveram críticas ao presidente Lula, dando uma indicação de como deve ser o mote das eleições.
“É inadmissível, por exemplo, que a Refinaria Abreu e Lima tenha passado quatro anos praticamente parada, envolvida em denúncias de irregularidades investigadas pelo Tribunal de Contas da União”
Jarbas chegou a dizer que Eduardo teve mais sorte do que ele.
“Nos meus dois governos tive a aprovação majoritária do povo pernambucano e enfrentei um cenário econômico bem mais adverso do que os atuais administradores. Eles encontraram a casa arrumada. Nossos dois governos mudarama face de Pernambuco, recuperaram a auto-estima dos pernambucanos e construíram as bases para que o Estado voltasse a crescer”.
“Sem dúvida alguma Lula ajudou Pernambuco. Mas Lula ajudou Pernambuco porque a gente, o meu Governo, fez o dever de casa. Arrumamos as finanças do Estado. Investimos fortemente em Suape, na infra-estrutura. Nada caiu do céu. Foi tudo fruto de trabalho, de poder de articulação”.
No mesmo encontro, ele antecipou que combinou com José Serra de ele vir a Pernambuco ainda este mês, para uma reunião em recinto fechado. “Devemos definir essa agenda nos próximos dias. Nesse encontro, vamos firmar todos esses compromissos com Pernambuco”.
“O mesmo se aplica à Refinaria e outros grandes empreendimentos aos quais Serra me assegurou apoio absoluto a partir de 1º de janeiro de 2011. Fui governador no meu segundo mandato com Lula na Presidência. Mantivemos uma relação cordial, mas sem adesismo. Fizemos parcerias administrativas que renderam frutos para nosso Estado.”
Na fala com os jornalistas, o senador justificou a demora em assumir a postulação com a argumentação de que precisava construir uma plataforma para essa candidatura.
Fonte: Blog do Jamildo.
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