Kate e Gerry McCann retomaram o processo contra Amaral com o objetivo de retirar definitivamente do mercado o livro "Maddie, a Verdade da Mentira" (2008), depois que um tribunal português ordenasse em setembro passado a retirada preventiva da obra, que aponta o envolvimento do casal no caso.
O Palácio de Justiça de Lisboa recebeu hoje a primeira sessão do julgamento com a presença do casal McCann e de Amaral, que apresentou sua defesa por meio do comparecimento de várias testemunhas.
Alguns antigos oficiais ligados ao caso, entre eles o diretor adjunto da Polícia Judicial (PJ), Luis Neves, confirmaram estar convencidos de que a menina morreu e os pais esconderam seu cadáver.
No entanto, Amaral, em declarações aos jornalistas depois do julgamento, mostrou sua decepção com o testemunho do promotor do Ministério Público que fechou o caso em 2008, já que declarou que a morte de Madeleine nunca foi provada.
"Talvez haja falta de coragem política, digamos assim. Há um processo com dezenas de indícios de fatos, de coincidências, de diferenças de testemunhos", argumentou Amaral, que dirigiu parte da investigação sobre o desaparecimento da menina até que, pressionado por suas críticas à imprensa e às autoridades britânicas, renunciou e se aposentou antecipadamente.
Por sua parte, a advogada dos McCann, Isabel Duarte, disse que os pais de Madeleine estão "muito contentes" com o primeiro dia do julgamento - que deve se estender até quinta-feira - e que "Maddie, a Verdade da Mentira" é um livro "cheio de interferências e deduções".
O litígio entre o casal McCann e Gonçalo Amaral também afeta o vídeo homônimo do livro baseado em um documentário transmitido pelo canal português de televisão "TVI", que divulga a tese do ex-inspetor sobre Madeleine.
Além disso, os pais da menina britânica apresentarão outra acusação contra Gonçalo Amaral devido a declarações que consideram difamatórias e pelas quais solicitam 1,2 milhão de euro de indenização.
O processo contra o ex-policial português continuará amanhã com a presença de Gerry McCann, enquanto Kate, sua mulher, se ficará em Lisboa acompanhada de uma amiga para comparecer na audiência da quinta-feira.
Madeleine McCann estava prestes a completar 4 anos de idade quando desapareceu de um apartamento de praia no Algarve (sul de Portugal) em maio de 2007.
Os McCann, que declararam desde o princípio que sua filha tinha sido sequestrada, foram considerados suspeitos formais em setembro de 2007, mas foram inocentados em julho de 2008 por falta de provas para sustentar a hipótese de que a menina teria morrido acidentalmente.
O Ministério Público de Portugal arquivou o processo, que poderia ser reaberto com o surgimento de novos dados considerados consistentes sobre o desaparecimento da menina.
Amaral lançou em dezembro de 2009 um novo livro sobre o desaparecimento de Madeleine, intitulado "A Mordaça Inglesa - A História de um Livro Proibido" e que fala da proibição da venda de sua obra anterior.
Por causa do veto preventivo ao primeiro livro, o ex-inspetor também está impedido de defender em público sua teoria sobre o caso de Madeleine.
Fonte: EFE.
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