As doenças decorrentes da enchente começaram a se proliferar no Jardim Pantanal, zona leste de São Paulo, segundo o coordenador Movimento de Urbanização e Legalização do Pantanal (Mulp ), Marcio Zeni. A área está alagada desde o temporal da semana passada e a sujeira do Rio Tietê, somada ao esgoto que se misturou à água, afeta a saúde dos moradores da região.
Zeni afirma que vários moradores estão doentes e outros apresentam inflamações em ferimentos em regiões do corpo que tiveram contato com a água.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo informou que não foi verificado aumento no número de atendimentos nas unidades de saúde próximas às áreas alagadas. Apenas os casos de diarréia tiveram uma pequena oscilação, considerada normal para esta época do ano.
O infectologista e embaixador do Instituto Trata Brasil, Artur Timermam, disse que "é inadmissível considerar normal esse aumento sazonal". "Cabe às autoridades não constatar o fato, mas tomar providências para que isso não continue se manifestando dessa forma", disse.
Segundo ele, a situação dos bairros inundados da zona leste evidência problemas crônicos relacionados à coleta e ao tratamento de esgoto. A diarreia, ressaltou o médico, é responsável por 50% da mortalidade de crianças até 5 anos. Mesmo que não leve à morte, Timermam destaca que a doença pode causar uma série de complicações nos primeiros anos de vida. "São crianças que vão acabar se desnutrindo, tendo prejuízo no aprendizado".
Inundações como a do Jardim Pantanal apresentam, de acordo com o infectologista, risco de outras enfermidades, como a leptospirose, transmitida pela urina de ratos. Nessas situações, Timermam enfatiza que é importante que a população evite ao máximo o contato com a água contaminada. Caso isso seja impossível, ele recomenda que as pessoas procurem atendimento médico para ser medicadas preventivamente.
A Secretaria de Saúde informou que está realizando visitas aos locais alagados para alertar a população sobre os sintomas das principais doenças causadas pela chuva e esclarecer como os moradores devem proceder na limpeza das casas. Ainda de acordo com o órgão, quatro assistências médicas ambulatoriais estão em prontidão para a identificação de doenças decorrentes das enchentes.
Fonte: Agência Brasil.
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