Comemora-se neste domingo (27), o Dia Mundial do Turismo, precisamente o dia do Turismólogo. Uma profissão contemporânea que versa pela valorização que cada povo tem de melhor em seu cotidiano, transformando em atrativo para outros povos. O tema escolhido para este ano pela Organização Mundial do Turismo (OMT) foi “Celebrando a diversidade”.
Constatei a frente da Diretoria de Turismo da Vitória de Santo Antão o quanto a nossa cidade é diversificada, só nos falta à profissionalização de nosso potencial. Em uma visão otimista temos condições de desenvolver a atividade turística em Vitória de Santo Antão. Um Município que detém uma rica história, com patrimônios culturais e naturais que não se percebe de modo contundente em outros municípios próximos. A cidade dispõe da condição de ser pólo comercial da região e caminha para um nicho de pólo universitário bastante relevante. Somos um pólo estratégico e não nos preparamos para domá-lo no caminho ideal do desenvolvimento. Porém, somos um pólo lânguido. Ou seja, sem força e debilitado. Apesar de ser notável aqui a formação embrionária de um parque fabril, carecemos de uma política de gestão pública que conduza a este caminho ideal.
Considero que neste ano demos passos importantes que sinalizam a disposição de entrarmos nas Rotas Turísticas do Estado. Nós que fazemos a Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes da Prefeitura local, com o Dr. Paulo Roberto e a sensibilização do Prefeito Elias Lira, encontramos quando assumimos o descaso para com estas áreas, bem como uma total ausência de nossa cidade no conjunto de ações empreendidas pela macro política do turismo em Pernambuco.
Cabe mencionar o nosso esforço em retomar nossas raízes, que ao longo dos anos passou por um processo de descaracterização e abandono. Resgatamos tradições, valores e a alma de uma cidade que respira importantes referências.
Na pretensão de retomarmos nossa força no calendário de eventos da região, tomamos medidas de valorização da Festa do Padroeiro Santo Antão, o qual possui uma real condição de desenvolver o Turismo Religioso, em virtude de este ter uma procissão tricentenária, destacável em outras épocas e adormecida na atualidade. Valorizamos aquilo que temos como forte referencial do nosso secular Carnaval, que são os “Carros Alegóricos”, apesar do escasso orçamento e tempo, pautamos pela diversidade, organização e resgate de antigas atividades da nossa festa de Momo, resultando no incremento dos diversos negócios locais, vinda de um público externo e destaque publicitário no Estado.
Soubemos aproveitar os artistas locais para executar uma Paixão de Cristo jamais vista em nossa cidade.
Inovamos nas Festas Juninas, focando nossas raízes nordestinas. As festas de São João reformuladas para a família, como tem que ser, também com parcos recursos, sem o apoio do Estado, fizemos da criatividade a diferença. Certamente este diferencial nos possibilitará a condição de poder voltar no próximo ano, na Rota Junina de investimentos da Fundarpe, pelo qual nossa cidade perdeu por ter abandonado nesta década, o São João tradicional.
Ícone da história da resistência libertária brasileira, o nosso Monte das Tabocas estava completamente abandonado. Mais uma vez, resgatamos importantes tradições, promovemos o início da revitalização daquele patrimônio histórico e marcamos como deve ser o nosso dia 03 de agosto. No momento, já estamos com uma minuta do projeto de Requalificação do Monte das Tabocas, no intuito de agregá-lo valor e firmar o seu papel de agente disseminador de nossa história e atração de novas iniciativas turísticas.
Cabe mencionar nossas parcerias desenvolvidas com a Associação dos Secretários de Turismo (ASTUR/PE), o qual Vitória teve assento como membro pela primeira vez. Reconstruímos uma salutar parceria com a Fundarpe e a Empetur, pelo qual nossa cidade nunca teve vez e voz, além da FUNDAJ e IPHAN. Estamos desenvolvendo um Roteiro de Turismo Rural com o Itamatamirim (na BR 232) que vai possibilitar aos turistas conhecer nossa cultura, culinária, nossa mata, nossa história, bem como a história de Galileia, palco do nascedouro das Ligas Camponesas iniciadas em Vitória de Santo Antão.
Estamos também criando condições para atender aos critérios da Secretaria de Turismo de PE no sentido de inserir a nossa cidade na Rota Luiz Gonzaga e Rota dos Engenhos e Maracatus, do Programa Pernambuco conhece Pernambuco.
Ciente do desafio que nos é colocado temos muito, muito mesmo, por fazer. A consolidação da atividade turística em nossa cidade não é unilateral, se faz necessário além da participação do Poder Público, da iniciativa privada, sobretudo daqueles que estão na cadeia produtiva do turismo, da academia e da comunidade.
Considero necessário formularmos uma Política Municipal de Turismo baseado em um plano de viabilidade que não se consegue sem um Inventário e uma análise de nossa atual condição, a fim de pautarmos a viabilidade de nos tornarmos um pólo. Cabe nesse ínterim descobrirmos aquilo que mais nos identifica, e é neste sentido que a atividade turística torna-se um instrumento indispensável na identificação de nosso mais nobre valor vitoriense.
Nesse contexto, a atividade turística interage com a sociedade a possibilidade de incrementar o desenvolvimento econômico de modo programável à sustentabilidade das potencialidades naturais e artificiais existentes.
Penso que precisamos além deste norte, customizar o nosso calendário festivo porque é dele que se abrirão as portas para outros atrativos. Precisamos insistir na conscientização e no barrismo de “berço da natividade”, capitaneados pela Batalha do Monte. Contudo, não se pode perder de vista que o “fazer turístico” está vinculado à fomentação de uma infra-estrutura básica em nosso Município, mormente que precisamos avançar como Poder Público e apostando nesse novo momento de desenvolvimento econômico trazidos pela interiorização de investimentos, do qual nossa região se insere.
Por Lissandro Nascimento, avozdavitoria.com
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