O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou neste domingo que o Brasil "não pode transformar a Amazônia em um santuário da Humanidade" e ressaltou que "nem todos os países devem pagar a mesma coisa" em relação às emissões de gases do efeito estufa. Lula disse que seu governo "fez muito pelo meio ambiente" e frisou que, em 2009, o desmatamento da floresta tropical foi o menor dos últimos 20 anos, embora tenha destacado que a região precisa se desenvolver e que apenas os brasileiros são responsáveis pela Amazônia.
"Não podemos transformar a Amazônia em um santuário da Humanidade", disse Lula em declarações durante uma entrevista para o canal francês TV5 e para a Rádio França Internacional. Segundo o presidente, que salientou a necessidade de se "desenvolver corretamente a Amazônia", cerca de 20 milhões de pessoas vivem na floresta tropical e desejam "ter acesso aos mesmos bens materiais que nós".
Em uma entrevista concedida à agência AFP, Lula havia indicado que não fugiria da responsabilidade de discutir as metas da Cúpula do Clima de Copenhague, que será realizada em dezembro, e que tinha "a obrigação moral de diminuir o desmatamento da Amazônia".
Mas o presidente brasileiro ressaltou que "os países industrializados devem pagar pela proteção e devem se comprometer a diminuir as emissões de gases do efeito estufa. Isso pressupõe que é necessário discutir o conceito de produção e de consumo dos países desenvolvidos, porque nem todos devem pagar a mesma coisa".
Lula indicou que o Brasil irá à Cúpula de Copenhague "para alcançar um acordo que todos assinem". "Nossos deveres nós cumpriremos, e os cumpriremos bem. Somos o país que tem o maior percentual de energia limpa", destacou Lula, ressaltando: "não podemos ter um mundo rico que censure o mundo pobre e um mundo pobre que não tenha possibilidade alguma de se desenvolver. É um debate que será realizado em Copenhague."
Fonte: AFP.
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