O delegado Mauro Truzzi Otero, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São José do Rio Preto, a 438 km de São Paulo, contou nesta terça-feira (7) ao G1 o que o surpreendeu na jovem de 17 anos que confessou ter participado de mais de 30 assassinatos. “Ela conta com frieza [sobre os crimes] e, às vezes, sorri”, afirma.
Segundo a polícia, ela descreveu em detalhes 11 dos crimes após ser detida durante uma briga na periferia da cidade na madrugada de segunda-feira (6). O delegado contou que a adolescente estava em um bar e arremessou uma garrafa na rua. Policiais militares passavam pelo local e detiveram a jovem. Na delegacia, ela teria confessado os crimes. A adolescente foi transferida na noite de segunda para a cidade de Aparecida do Taboado, em Mato Grosso do Sul, onde ela mora com a avó. A Justiça autorizou a transferência. “A nossa parte se encerra porque conseguimos localizá-la”, disse o delegado. A investigação não será feita no município paulista porque não há informações sobre crimes na cidade.
A maior parte das mortes teria ocorrido em Aparecida do Taboado. Segundo a polícia, já foi possível confirmar a participação da adolescente em um assassinato em 2008. Ela também é investigada por suspeita de envolvimento em outro homicídio. A adolescente contou à polícia ter ido para São José do Rio Preto há um mês. De acordo com o delegado, ela pegava carona e transitava por várias cidades.
Mauro Otero diz que a adolescente “se vangloria de situações absurdas”. “Quem comete um crime bárbaro, se for verdade, e sorri ao contar, só pode ter algum desvio psicológico”, opina.
Crimes
Segundo a polícia, a jovem narra com detalhes 11 dos crimes. Os motivos das mortes seriam diferentes. “Ela disse que matou desde por recompensa até desafeição”, conta o delegado. Em um dos casos, a adolescente teria relatado que houve uma discussão em um bar, um homem jogou um copo de pinga no rosto dela e, por isso, o matou.
Outro ponto que surpreendeu o delegado é que a jovem diz que todos os crimes foram cometidos com uma faca. “Ela fala que tinha medo de armas, mas adora facas. É uma declaração que me espanta. O fato de você ter o contato físico, encostar na pessoa”, disse.
A polícia não localizou a faca que seria usada nos crimes. “Quando ela foi pega na madrugada de segunda, estava sem.” A jovem também explicou que decidiu confessar os crimes porque está cansada. “Não por mim, mas pela minha família”, teria declarado a adolescente.
Fonte:G1
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